A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Verdade
Maya
Sri Ram
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Assim se contam 52 anos...
52º Aniversário da O.I.N.A.
CARTA DE FUNDAÇÃO
I. Reunir os Homens e Mulheres de todas as crenças, raças e condições sociais em torno de um ideal de fraternidade universal;
Fraternidade entre todos os Homens. É a união para além das diferenças. O respeito pelas diversas identidades e tradições faz com que cada um, por sua vez, se sinta cidadão do mundo.
II. Despertar uma visão global através do estudo comparado da Filosofia, das Ciências, Religiões e Artes;
Convivência entre culturas. É a prática da tolerância, através de uma cultura integral, que permite relacionar todos os campos da criatividade e do pensamento. Esta integração torna compatível e complementar o que de início parecia oposto. Harmoniza pessoas, ideias e sentimentos novos e diferentes, dentro de um conjunto social mais rico e mais aberto.
III. Desenvolver as capacidades do indivíduo para que possa integrar-se na Natureza e viver segundo as características da sua própria personalidade.
Desenvolvimento da capacidade espiritual do indivíduo. O ser humano está integrado na Natureza e tem um potencial que ele próprio desconhece. Assim, as suas possibilidades de desenvolvimento são quase ilimitadas.
Parabéns à Nova Acrópole Internacional!
Fonte: http://www.nova-acropole.pt/
terça-feira, 14 de julho de 2009
Liberdade
quarta-feira, 10 de junho de 2009
10 de Junho
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Dia Mundial do Ambiente
"Home" é uma longa-metragem composta por imagens aéreas, filmadas em mais de 50 países. O objectivo é contribuir para uma tomada de consciência, sobre a nossa responsabilidade na protecção do planeta e dos seus habitantes. Para este efeito, ao longo do filme, uma locução propõe um regresso construtivo às grandes questões ambientais e sociais do nosso mundo. A estreia do filme será feita a nível mundial em simultâneo, no dia 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, em todos os ecrãs de cinema, televisão, DVD e Internet, de forma a abranger o maior leque de público possível. Todos os benefícios do filme e da sua produção revertem para a associação GoodPlanet*.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Pequena reflexão
“Nasci assim e hei-de morrer assim.” Um pensamento incorrecto e perigoso que assola a mente de muitas pessoas e as retracta como incapacitados para mudarem-se a si mesmos ou a alcançarem voos mais altos e melhores. É facto, que com o avançar da idade, tudo se calcifica e enferruja e portanto as mudanças, a dinâmica do ser, se torna mais difícil. Mas não impossível, pois a vontade do Homem é superior a tudo e tudo move. Faz falta questionarmo-nos a nós mesmos, constantemente, com olho clínico, sobre as nossas acções, sentimentos, rotinas, interesses, companhias… Sermos mais conscientes de quem somos, dos nossos defeitos e virtudes, analisados numa perspectiva imparcial, sem que os nossos defeitos nos convençam que, afinal, não são assim tão maus, e que os outros têm defeitos bem piores… Assim, podemos fazer crescer o que de melhor há em nós, e eliminar aquilo que, ainda que por vezes se nos apresente com vestes inocentes e atraentes, na verdade só nos distanciam dos nossos mais profundos anseios, dos nossos reais objectivos, da plena felicidade. Já diz o ditado popular: “À primeira cai toda a gente, à segunda só cai quem quer”. E muitas são as provas da vida, que nos encaram de frente e estão aí todos os dias. Há quem as veja e as ultrapasse vitoriosamente, e há quem as ignore pois não pára um pouco para reflectir o suficiente sobre si mesmo e a vida que lhe escorre todos os dias por entre os dedos. E não há dúvida alguma que este é o bem mais precioso que temos: a Vida. Se não a vivermos na sua plenitude, se não estivermos nela conscientes, mas apenas vivendo o dia-a-dia mecanicamente, sem que nada de novo surja e nos transforme, tornamo-nos estéreis de vivência, parcos de experiência e em nada evoluímos e nada aprendemos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Una palabra
y al mismo tiempo lo esconde todo
igual que el viento que esconde el agua
como las flores que esconde el lodo.
Una mirada no dice nada
y al mismo tiempo lo dice todo
como la lluvia sobre tu cara
o el viejo mapa de algun tesoro.
Una verdad no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
como una hoguera que no se apaga
como una piedra que nace polvo.
Si un dia me faltas no sere nada
y al mismo tiempo lo sere todo
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo,
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo.
Música de: Carlos Varela
(Banda Sonora do filme "Man on Fire")
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Um novo dia
Recordo-me quando vi a luz.
Tanto tempo ansiei por vê-la
E sabia, lá no fundo, que ela existia.
Mas a escuridão do mundo
E a cegueira do meu coração
Impediam que ela brilhasse.
Foi como nascer de novo.
Uma alegria que não é deste mundo
Inundou o meu ser.
Um êxtase interior descomunal
Me arrebatou.
Só por ouvir fragmentos da Verdade.
Um mensageiro dos deuses
Foi o que me pareceu na altura
Quem me mostrou a luz
Que tanto ansiava ver.
Bebia das suas palavras
Como se de ambrósia se tratasse.
Acabei por descobrir
Que não era nenhum anjo
Mas alguém como eu
Só que mais avançado no Caminho.
Pareceu-me irreal
Momentos infinitos se passavam
Ao descobrir um mundo novo de coisas
Mais antigas que a própria alma
E que, no entanto, sempre ali estiveram
Ocultas da minha vista.
Obrigada.