A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Verdade
Verdade
Maya
Maya
"O homem tem que descobrir por si próprio que o que ele pensa ser ele mesmo, o que ele chama 'eu mesmo', é uma ilusão, um MAYA, que é apenas uma capa de muitas cores como aquelas que aparecem numa bolha à luz do sol."
Sri Ram
Sri Ram
quarta-feira, 15 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
Liberdade
Liberdade
"Liberdade é obediência à lei universal, e sentimo-nos mais livres quando obedecemos à lei do nosso próprio ser. Esta lei está dentro de nós e busca expressão através de nós.
A Sabedoria Antiga proclama ao homem a preciosa natureza da sua liberdade e mostra que, ao apelar aos seus mais nobres instintos, nós podemos construir uma ordem combinando liberdade com segurança, estabilidade com progresso e criatividade com cooperação.
A liberdade pertence ao Espírito, o determinismo à matéria.
Para movermos em liberdade, guiados pela lei interior do nosso ser, o divino instinto dentro de nós, devemos confiar em nós mesmos e confiar na Vontade de Deus, sem obstrução da nossa parte. Seguir esta Vontade é seguir os nossos eus impessoais.
Verdadeira liberdade consiste em compreendermos a nós próprios, os nossos pensamentos, os nossos motivos, os nossos quereres e o nosso comportamento.
Quando a natureza do Espírito, que é sempre livre e em toda a parte prevalece, há liberdade para cada um e para todos; cada um é, então, um centro de paz e harmonia como também um centro para a criação daqueles valores que são inerentes ao Espírito.
Aquele que não tem controlo sobre si mesmo não goza de liberdade. O homem necessita da ordem de uma harmonia interior que implica domínio sobre si mesmo.
Livrar a vida de tudo o que obstrui o seu fluir, de tudo o que impede o seu perfeito florescimento, é o supremo ideal que qualquer um de nós pode nutrir.
A liberdade é o requisito fundamental para a felicidade; sem liberdade a vida não tem espaço para se expandir, ela é sufocada e abafada.
A liberdade não pode ser separada da ordem, que implica controle, quer na sociedade ou em si mesmo.
Ser livre é ser feliz sem buscar a felicidade, agir com um movimento espontâneo que é o resultante de uma graça interna.
Acção de acordo com a lei do seu próprio ser é a verdadeira liberdade.
A verdadeira liberdade é um estado interior; é liberdade da paixão e do medo, da ânsia de apoio, de todo o tipo de influência que seja uma distorção da clara visão da verdade.
Nós somos mais livres quando estamos livres de nós mesmos. A nossa mais plena liberdade está no perfeito serviço.
Cada um tem de descobrir por si mesmo aquela liberdade que está no serviço a tudo, aquela alegria que surge do auto-sacrifício e aquela eternidade em si mesmo que vem à existência com a completa entrega do seu eu temporário.
Quando a consciência está livre da ânsia por sensação, livre do condicionamento a que foi submetida, livre da compulsão de planejar e construir para qualquer fim auto-gratificante, então ela pode seguir qualquer brisa passageira, moldar-se ao ser interior de cada forma significativa e contudo não ser moldada.
As quatro liberdades do aspirante: a desistência de posses e segurança, a abolição do medo, a descoberta do seu próprio caminho e a acção instintiva individual.
Almejemos criar a liberdade e a felicidade para os outros ao invés de para nós mesmos. Então o sucesso será mais provável do que se agíssemos com um propósito egoísta.
Quando abandonamos, desde o mais íntimo eu de nós mesmos, tudo aquilo a que a nossa mente do sentido e do desejo está apegada, há liberdade interior. Nesta liberdade, a nossa alma-estrela brilha e espelha a sua luz através de cada uma das suas vestimentas."
- Pensamentos de Sri Ram -
quarta-feira, 10 de junho de 2009
10 de Junho
10 de Junho
Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas
Celebrem este dia com a memória do quão grandes foram os Portugueses, e do dever que todos temos em, inspirando-nos em Camões e todos os heróis da nossa História, fazermos jus ao seu nome e ao nosso legado, pois existem ainda pessoas neste mundo nascidas em países por aí a fora que recordam o nosso passado e têm orgulho de terem sido em outros tempos parte de Portugal. Que não seja apenas a pretexto de jogos de futebol que se encontrem bandeiras alçadas e as vozes em uníssono gritando com orgulho o nome de Portugal, mas que tenhamos no nosso coração aquela que é a nossa pátria, a nossa História, os nossos grandes ilustres, na nossa memória, no nosso reconhecimento, e diáriamente como inspiração os valores mais altos e os melhores feitos que já alguma vez foram alcançados pelas gentes deste "jardim à beira-mar plantado". Deixo aqui um poema de Camões, conhecidíssimo, mas que ainda assim terá sempre uma eterna magia do seu génio:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Dia Mundial do Ambiente
Dia Mundial do Ambiente
5 de Junho é o Dia Mundial do Ambiente.
Convido a todos a uma reflexão acerca das nossas atitudes diárias que directa ou indirectamente afectam o nosso lar comum, a Terra, e que façam por introduzir alterações a estas atitudes, ganhando mais consciência sobre as consequências de cada um dos nossos actos, alertando a outros, e fazendo, senão por preservar, mas pelo menos para não contribuir ainda mais para o prejuízo do ambiente. Urge agir.
Esta data fica também marcada pela estreia do filme "Home - O mundo é a nossa casa", realizado por Yann Arthus-Bertrand, co-produzido pela EuropaCorp, a sociedade produtora de Luc Besson e Elzévir Films, com o apoio do grupo PPR. Trata-se de um documentário que revela as consequências directas do aquecimento global e que está a ser difundido simultaneamente em mais de 100 países, através dos mais variados canais: cinema, televisão, DVD e Internet.
"Home" é uma longa-metragem composta por imagens aéreas, filmadas em mais de 50 países. O objectivo é contribuir para uma tomada de consciência, sobre a nossa responsabilidade na protecção do planeta e dos seus habitantes. Para este efeito, ao longo do filme, uma locução propõe um regresso construtivo às grandes questões ambientais e sociais do nosso mundo. A estreia do filme será feita a nível mundial em simultâneo, no dia 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, em todos os ecrãs de cinema, televisão, DVD e Internet, de forma a abranger o maior leque de público possível. Todos os benefícios do filme e da sua produção revertem para a associação GoodPlanet*.
Poderão assistir ao filme, de forma gratuita em: http://www.home-2009.com/ ou http://www.youtube.com/homeproject.
*GoodPlanet, associação sem fins lucrativos para a sensibilização e educação nas questões ambientais, fundada por Yann Arthus-Bertrand. Mais informações em www.goodplanet.org
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Pequena reflexão
Pequena reflexão
Errar é próprio dos homens, mas permanecer no erro é próprio dos imbecis.
Cícero
“Nasci assim e hei-de morrer assim.” Um pensamento incorrecto e perigoso que assola a mente de muitas pessoas e as retracta como incapacitados para mudarem-se a si mesmos ou a alcançarem voos mais altos e melhores. É facto, que com o avançar da idade, tudo se calcifica e enferruja e portanto as mudanças, a dinâmica do ser, se torna mais difícil. Mas não impossível, pois a vontade do Homem é superior a tudo e tudo move. Faz falta questionarmo-nos a nós mesmos, constantemente, com olho clínico, sobre as nossas acções, sentimentos, rotinas, interesses, companhias… Sermos mais conscientes de quem somos, dos nossos defeitos e virtudes, analisados numa perspectiva imparcial, sem que os nossos defeitos nos convençam que, afinal, não são assim tão maus, e que os outros têm defeitos bem piores… Assim, podemos fazer crescer o que de melhor há em nós, e eliminar aquilo que, ainda que por vezes se nos apresente com vestes inocentes e atraentes, na verdade só nos distanciam dos nossos mais profundos anseios, dos nossos reais objectivos, da plena felicidade. Já diz o ditado popular: “À primeira cai toda a gente, à segunda só cai quem quer”. E muitas são as provas da vida, que nos encaram de frente e estão aí todos os dias. Há quem as veja e as ultrapasse vitoriosamente, e há quem as ignore pois não pára um pouco para reflectir o suficiente sobre si mesmo e a vida que lhe escorre todos os dias por entre os dedos. E não há dúvida alguma que este é o bem mais precioso que temos: a Vida. Se não a vivermos na sua plenitude, se não estivermos nela conscientes, mas apenas vivendo o dia-a-dia mecanicamente, sem que nada de novo surja e nos transforme, tornamo-nos estéreis de vivência, parcos de experiência e em nada evoluímos e nada aprendemos.
“Nasci assim e hei-de morrer assim.” Um pensamento incorrecto e perigoso que assola a mente de muitas pessoas e as retracta como incapacitados para mudarem-se a si mesmos ou a alcançarem voos mais altos e melhores. É facto, que com o avançar da idade, tudo se calcifica e enferruja e portanto as mudanças, a dinâmica do ser, se torna mais difícil. Mas não impossível, pois a vontade do Homem é superior a tudo e tudo move. Faz falta questionarmo-nos a nós mesmos, constantemente, com olho clínico, sobre as nossas acções, sentimentos, rotinas, interesses, companhias… Sermos mais conscientes de quem somos, dos nossos defeitos e virtudes, analisados numa perspectiva imparcial, sem que os nossos defeitos nos convençam que, afinal, não são assim tão maus, e que os outros têm defeitos bem piores… Assim, podemos fazer crescer o que de melhor há em nós, e eliminar aquilo que, ainda que por vezes se nos apresente com vestes inocentes e atraentes, na verdade só nos distanciam dos nossos mais profundos anseios, dos nossos reais objectivos, da plena felicidade. Já diz o ditado popular: “À primeira cai toda a gente, à segunda só cai quem quer”. E muitas são as provas da vida, que nos encaram de frente e estão aí todos os dias. Há quem as veja e as ultrapasse vitoriosamente, e há quem as ignore pois não pára um pouco para reflectir o suficiente sobre si mesmo e a vida que lhe escorre todos os dias por entre os dedos. E não há dúvida alguma que este é o bem mais precioso que temos: a Vida. Se não a vivermos na sua plenitude, se não estivermos nela conscientes, mas apenas vivendo o dia-a-dia mecanicamente, sem que nada de novo surja e nos transforme, tornamo-nos estéreis de vivência, parcos de experiência e em nada evoluímos e nada aprendemos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Una palabra
Una palabra
Una palabra no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
igual que el viento que esconde el agua
como las flores que esconde el lodo.
Una mirada no dice nada
y al mismo tiempo lo dice todo
como la lluvia sobre tu cara
o el viejo mapa de algun tesoro.
Una verdad no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
como una hoguera que no se apaga
como una piedra que nace polvo.
Si un dia me faltas no sere nada
y al mismo tiempo lo sere todo
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo,
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo.
Música de: Carlos Varela
(Banda Sonora do filme "Man on Fire")
y al mismo tiempo lo esconde todo
igual que el viento que esconde el agua
como las flores que esconde el lodo.
Una mirada no dice nada
y al mismo tiempo lo dice todo
como la lluvia sobre tu cara
o el viejo mapa de algun tesoro.
Una verdad no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
como una hoguera que no se apaga
como una piedra que nace polvo.
Si un dia me faltas no sere nada
y al mismo tiempo lo sere todo
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo,
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo.
Música de: Carlos Varela
(Banda Sonora do filme "Man on Fire")
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Um novo dia
Recordo-me quando vi a luz.
Tanto tempo ansiei por vê-la
E sabia, lá no fundo, que ela existia.
Mas a escuridão do mundo
E a cegueira do meu coração
Impediam que ela brilhasse.
Foi como nascer de novo.
Uma alegria que não é deste mundo
Inundou o meu ser.
Um êxtase interior descomunal
Me arrebatou.
Só por ouvir fragmentos da Verdade.
Um mensageiro dos deuses
Foi o que me pareceu na altura
Quem me mostrou a luz
Que tanto ansiava ver.
Bebia das suas palavras
Como se de ambrósia se tratasse.
Acabei por descobrir
Que não era nenhum anjo
Mas alguém como eu
Só que mais avançado no Caminho.
Pareceu-me irreal
Momentos infinitos se passavam
Ao descobrir um mundo novo de coisas
Mais antigas que a própria alma
E que, no entanto, sempre ali estiveram
Ocultas da minha vista.
Obrigada.
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